sábado, 14 de julho de 2007
Lecionar: profissão de risco
Nestas últimas semanas, acompanhei, pelos jornais, alguns casos de agressões de alunos a professores. Um deles ocorreu em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, onde um aluno de 14 anos usou um isqueiro para colocar fogo no cabelo da professora, enquanto ela passava a matéria na lousa. Outro, aconteceu em São Bernardo do Campo, região do ABC em São Paulo, quando uma professora foi buscar um aluno no banheiro, que havia fugido da fila, ao colocar a mão no batente da porta para abri-la, o garoto de 9 anos empurrou a porta, decepando o dedo da professora. O ultimo aconteceu em Suzano, região metropolitana de São Paulo, onde um adolescente de 15 anos deu socos em sua professora por ela não ter incluído-o em um grupo que representaria a escola em um evento. Vou parar nestes três casos, porque se eu for descrever todas que li, usaria paginas e mais paginas do blog. Mas sabe o que esses casos tiveram em comum? Em todos eles, nada aconteceu com os agressores, apenas foram transferidos de escola. Você sentiu-se revoltado ao terminar de ler o trecho acima? Se sua resposta foi sim, é porque, provavelmente, você estudou na época em que os professores eram respeitados, pelos alunos, pelos pais dos alunos, pela sociedade e pelo governo. Hoje os tempos são outros. Nossos educadores são desvalorizados pelo governo, pois, há anos não recebem um reajuste salarial decente e nem condições dignas para exercer sua função. Lecionar tornou-se uma profissão desprestigiada pela sociedade, hoje é vista como uma profissão comum, como qualquer outra. Nossos professores são desrespeitados pelos pais dos alunos, geralmente, os pais dos alunos problemáticos. E agora, como vimos, estão sendo agredidos fisicamente pelos seus próprios alunos. Mas com tudo isso, ainda temos muitos professores que querem trabalhar, mas vale ressaltar que, hoje, temos dois tipos de professores: o primeiro tipo é aquele que leciona por amor a educação, que acredita que sua função é uma das mais importantes da nação, pois, o futuro de seu país depende de seu desempenho na sala de aula. O outro tipo é aquele que leciona para ganhar um “dinheirinho”, concluiu a licenciatura e resolveu dar aulas, e não deixa a profissão porque não sabe no que trabalhará se deixar o ensino. Mas pense bem, agora, como o ensino brasileiro chegou a esse ponto, por que a educação passa por essa crise, a culpa é de quem? Dos professores que trabalham apenas para ganhar um “dinheirinho”; do governo; da sociedade; dos pais dos alunos, ou dos alunos? A resposta mais comum é: governo. Mas isso será tema de uma próxima discussão. O que temos que pensar, é que não importa de quem seja a culpa, eu estou perdendo, você esta perdendo, seu filho, seu irmão, seu primo, o Brasil esta perdendo. Como disse no texto anterior, “temos que fazer a nossa parte”. Como você pode fazer isso? Se você é pai, acompanhe o rendimento de seu filho na escola; se você é aluno, respeite seu professor; se você é político, olhe para as condições de trabalho de nossos professores; se você é professor, não desista, precisamos de você, o Brasil precisa de você.
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