Imagine um transporte coletivo com assentos apertados, pouco espaço, desconfortável, filas imensas para embarcar, etc. Desta vez, não estou falando dos ônibus ou dos trens do transporte público brasileiro, e sim dos aviões brasileiros.
Tentei, mas não há como deixar de comentar sobre a crise aérea que o Brasil vem enfrentando desde o trágico acidente, em setembro de 2006, que envolveu um Boeing 737-800 da Gol com um jato Legacy, no norte do Mato Grosso. No acidente, todas as 154 pessoas a bordo do Boeing morreram, e o jato apesar do choque, conseguiu pousar em uma base militar. Aliás, o acidente com o avião da Gol foi apenas o estopim para vir a tona todos os problemas que o setor aéreo brasileiro vinha enfrentando. Com isso, soubemos que há tempos o espaço aéreo brasileiro possui um “ponto cego”, no Mato Grosso, onde as aeronaves sumiam dos radares dos controladores de vôo do Cindacta-1. Desde então, temos acompanhado semanas e mais semanas de filas nos aeroportos, saguões lotados, aviões com horas de atrasos, muitos cancelados, etc. Um caos. Para cavar mais ainda o buraco onde a aviação brasileira encontra-se, aconteceu outra tragédia. Na última terça-feira, dia 17 de julho, no aeroporto de Congonhas, São Paulo, um Airbus A-320 da companhia TAM, que ao tentar pousar, o piloto não conseguiu frear o avião até o fim da pista e saiu do aeroporto, atravessou a avenida Washington Luis, uma avenida bastante movimentada, e explodiu ao se chocar contra um prédio e um posto de gasolina. A explosão matou pelo menos 186 pessoas a bordo do avião, mas espera-se que este número chegue a 200 mortos, por causa das pessoas que estavam no prédio, no momento da colisão. As investigações preliminares indicam alguns fatores que possam ter causado o acidente. O primeiro indicio é a de uma derrapagem do avião na pista, por causa das condições do asfalto e da chuva que caía no momento do pouso. Outro indicio é a falha do piloto, pois, a desaceleração da aeronave na pista não foi feita no tempo exigido para um pouso seguro. Ou uma falha nos freios do avião. Na verdade, a hipótese de ter sido o asfalto o causador do acidente é a mais provável, pois vários pilotos já reclamaram do aeroporto de Congonhas, por causa das péssimas condições do asfalto. Outro alerta que especialistas no setor já deram, é a localização do aeroporto. Eles acreditam que um aeroporto nesta localização não deveria receber tantos vôos de aviões do porte de um Airbus ou de um Boeing. Para finalizarmos os itens que evidenciam a crise aérea, temos as companhias aéreas que cada vez mais socam mais e mais assentos, diminuindo espaço e conforto de seus passageiros. Com isso, eles economizam e aumentam seus lucros. Foi-se o tempo que viajar de avião era um momento agradável, luxuoso e confortável. Hoje, podemos comparar uma viagem de avião com uma viagem de ônibus público. Infelizmente.
segunda-feira, 23 de julho de 2007
sábado, 14 de julho de 2007
Lecionar: profissão de risco
Nestas últimas semanas, acompanhei, pelos jornais, alguns casos de agressões de alunos a professores. Um deles ocorreu em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, onde um aluno de 14 anos usou um isqueiro para colocar fogo no cabelo da professora, enquanto ela passava a matéria na lousa. Outro, aconteceu em São Bernardo do Campo, região do ABC em São Paulo, quando uma professora foi buscar um aluno no banheiro, que havia fugido da fila, ao colocar a mão no batente da porta para abri-la, o garoto de 9 anos empurrou a porta, decepando o dedo da professora. O ultimo aconteceu em Suzano, região metropolitana de São Paulo, onde um adolescente de 15 anos deu socos em sua professora por ela não ter incluído-o em um grupo que representaria a escola em um evento. Vou parar nestes três casos, porque se eu for descrever todas que li, usaria paginas e mais paginas do blog. Mas sabe o que esses casos tiveram em comum? Em todos eles, nada aconteceu com os agressores, apenas foram transferidos de escola. Você sentiu-se revoltado ao terminar de ler o trecho acima? Se sua resposta foi sim, é porque, provavelmente, você estudou na época em que os professores eram respeitados, pelos alunos, pelos pais dos alunos, pela sociedade e pelo governo. Hoje os tempos são outros. Nossos educadores são desvalorizados pelo governo, pois, há anos não recebem um reajuste salarial decente e nem condições dignas para exercer sua função. Lecionar tornou-se uma profissão desprestigiada pela sociedade, hoje é vista como uma profissão comum, como qualquer outra. Nossos professores são desrespeitados pelos pais dos alunos, geralmente, os pais dos alunos problemáticos. E agora, como vimos, estão sendo agredidos fisicamente pelos seus próprios alunos. Mas com tudo isso, ainda temos muitos professores que querem trabalhar, mas vale ressaltar que, hoje, temos dois tipos de professores: o primeiro tipo é aquele que leciona por amor a educação, que acredita que sua função é uma das mais importantes da nação, pois, o futuro de seu país depende de seu desempenho na sala de aula. O outro tipo é aquele que leciona para ganhar um “dinheirinho”, concluiu a licenciatura e resolveu dar aulas, e não deixa a profissão porque não sabe no que trabalhará se deixar o ensino. Mas pense bem, agora, como o ensino brasileiro chegou a esse ponto, por que a educação passa por essa crise, a culpa é de quem? Dos professores que trabalham apenas para ganhar um “dinheirinho”; do governo; da sociedade; dos pais dos alunos, ou dos alunos? A resposta mais comum é: governo. Mas isso será tema de uma próxima discussão. O que temos que pensar, é que não importa de quem seja a culpa, eu estou perdendo, você esta perdendo, seu filho, seu irmão, seu primo, o Brasil esta perdendo. Como disse no texto anterior, “temos que fazer a nossa parte”. Como você pode fazer isso? Se você é pai, acompanhe o rendimento de seu filho na escola; se você é aluno, respeite seu professor; se você é político, olhe para as condições de trabalho de nossos professores; se você é professor, não desista, precisamos de você, o Brasil precisa de você.
terça-feira, 3 de julho de 2007
Filhos da Pátria!
Esses dias, assisti a um episódio do seriado The Simpsons, onde a família de Bart veio ao Brasil. Foi uma outra oportunidade que tive para observar como os estrangeiros enxergam o nosso país. No episódio, eles foram para o Rio de Janeiro. Lá, encontraram de tudo. Ratos descendo das favelas, mulheres semi-nuas apresentando um programa infantil na TV, e muita gente sambando e jogando futebol em tudo quanto é lugar. Para fechar, o Homer foi vitima de um seqüestro e o Bart foi engolido por uma jibóia. É mole? Isso é, basicamente, o que eles conseguem ver no Brasil. Mas pense bem. Como você acha que chegaram essas informações até eles? N-Ó-S! Nós levamos até eles. Brasileiro, e principalmente, a mídia brasileira adora publicar desgraças, catástrofes, escândalos, tragédias, violência, corrupção e etc. Tudo isso faz vender jornais brasileiros a rodo, e faz com que os telejornais tenham altos picos de audiência. Tudo porcaria.
No Brasil, infelizmente, boas notícias não nos interessam. Faça o teste, pegue a primeira página do jornal de hoje, veja se há uma boa notícia. Se só divulgamos porcarias sobre nós e nosso país, qual a visão que esperamos que os estrangeiros tenham? Temos que começar a nos sentir brasileiros de verdade, a procurar coisas boas no Brasil, a sentir orgulho da nossa história, da nossa gente. Sei que meu país tem muitos problemas, assim como outros paises também possuem, mas a diferença é que os outros paises não mostram sua sujeira, procuram mostrar o lado bom da “coisa”. Estou ciente dos desafios que o Brasil terá que enfrentar para se tornar um bom lugar para meus filhos crescerem. Ao invés de fugir para outro país, vou ficar e tentar fazer a minha parte, não vou esperar que os outros resolvam, que o “governo” faça, ou que Deus nos acuda. Amo essa terra; quero fazer a diferença; quero ser diferente, para que meu país também seja; quero lutar contra a mediocridade que assola nosso país. Tudo isso, porque sou um filho da pátria.
No Brasil, infelizmente, boas notícias não nos interessam. Faça o teste, pegue a primeira página do jornal de hoje, veja se há uma boa notícia. Se só divulgamos porcarias sobre nós e nosso país, qual a visão que esperamos que os estrangeiros tenham? Temos que começar a nos sentir brasileiros de verdade, a procurar coisas boas no Brasil, a sentir orgulho da nossa história, da nossa gente. Sei que meu país tem muitos problemas, assim como outros paises também possuem, mas a diferença é que os outros paises não mostram sua sujeira, procuram mostrar o lado bom da “coisa”. Estou ciente dos desafios que o Brasil terá que enfrentar para se tornar um bom lugar para meus filhos crescerem. Ao invés de fugir para outro país, vou ficar e tentar fazer a minha parte, não vou esperar que os outros resolvam, que o “governo” faça, ou que Deus nos acuda. Amo essa terra; quero fazer a diferença; quero ser diferente, para que meu país também seja; quero lutar contra a mediocridade que assola nosso país. Tudo isso, porque sou um filho da pátria.
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